À conversa com José Carlos Albino – Empreendedor

“… A imaginação, dirigida das coisas
É a aproximação possível dos eventos,
É a pré-anunciação do Ser…”

Poeta e empreendedor move-o a vontade de melhorar as condições socioeconómicas na região Alentejo, a partir de Messejana, Concelho de Aljustrel – Baixo Alentejo. Neste artigo partilhamos a sua história enquanto Homem dedicado e perseverante na construção de uma sociedade mais equilibrada, erguendo projetos de relevo para o desenvolvimento local.  

Para melhor caracterizar José Carlos Albino, na sua vertente de homem, empreendedor e concretizador de sonhos que sente “o brilho das coisas feitas” escolhemos um poema seu:

O SER DAS COISAS

Emprenha e faz nascer
Novas coisas.
A imaginação, dirigida das coisas
É a aproximação possível dos eventos,
É a pré-anunciação do Ser.

O Ser fertiliza-se.

A imaginação deita-se à terra,
Em terra certa,
Em sol espalmado,
Em nascentes a correrem
Em seu ritmo.

Mas, depois de ser,
Já és árvore,
As raízes ganham
A seiva da hora.

O Bicho é outro,
Acrescentado de si.

O Mundo é outro,
Porque ponto, o centro,
Outro eu, que já sente,
Já apalpa,
Já beija,
Já cheira,

Já respira,
O brilho das coisas feitas,
O som dos passos,
Doutros bichos,
A clareza
Do já está.

Assim aconteceu concretizar a vontade de intervenção para o desenvolvimento local, em Messejana

Reconhecer a importância das sociedades cooperativas

O regresso a Messejana-Alentejo, tem a ver que eu já com uma dezena de anos no Movimento Cooperativo de Produtores e muito pelo que me enriqueci com os parceiros europeus mais experimentados, constatámos que a ligação das cooperativas com as suas envolvências locais-territoriais se foram tornando uma exigência de intervenção.

Nesta lógica, logo em 1986, ano de entrada na CEE, as Federações candidataram-se a realizar os pioneiros cursos de formação de Agentes de Desenvolvimento. Foram cursos que coordenei e envolveram, em dois anos consecutivos, duas dúzias de formandos do país todo.

Do Projeto de Formação para o Desenvolvimento de Micro Regiões Rurais – Messejana, à criação da Esdime

É neste quadro que nasceu a ideia de conceber o “Projeto de Formação para o Desenvolvimento de Micro Regiões Rurais – Messejana – 88/90”. Apresentada a candidatura, o projeto piloto-experimental, foi aprovado pelo Fundo Social Europeu em Bruxelas.

E, assim, para dirigir este projeto prenhe de inovações, porque integrando na formação, a “Iniciativa Empresarial” e “Promoção da Cidadania”, em 7 diferentes áreas-setores sócio- profissionais, para 100 Formandos, toda orientada para o autoemprego individual ou de micro- empresas, de que resultaram uma dúzia de negócios e empregos qualificados em instituições e, talvez a principal, desde o início promovida, a criação duma organização que desenvolvesse o que o projeto tinha lançado (na altura, batizada como SDM – Sociedade de Desenvolvimento de Messejana), e é assim que em fevereiro de 1989 nasce a Esdime.

Constitui-se como a 2ª organização assumidamente para promover o Desenvolvimento Local no País, após a constituição no ano interior da “In Loco” no Algarve-Serra do Caldeirão.

O papel da Esdime no desenvolvimento local e na valorização da Mulher Alentejana

Começando a gatinhar, em 1990 ganha uma nini estrutura profissional, particularmente virada para o apoio técnico e psicossocial de desempregados com ideias de criar micro negócios. De 90 a 94 foram centenas de projetos elaborados, quase todos ao Programa ILE, quase único no país de apoio a estas iniciativas, com muitas dezenas de microempresas criadas no Baixo Alentejo.

A partir de 94, tendo a Esdime sido consultora em 1990-92 na fundação e programa Leader da “Terras Dentro” nas Alcáçovas, assume-se como Agência para o Desenvolvimento Local no Alentejo Sudoeste, arrancando com o Projeto VALEMA (Valorização da Mulher Alentejana), ao abrigo do Programa Europeu NOW (New Opurtunytis to Woeman) e logo de seguida com o Programa ALSud ao abrigo do LEADER 2 que abrangia 9 Concelhos.

A partir daí multiplicaram-se Intervenções e Programas de diversa índole, levando a Esdime a aproximar-se dos 40 colaboradores permanentes, nos inícios do século XXI.

Nas palavras do autor: “remar contra a maré”, o que exige perseverança, resistência e capacidade coletiva de propostas e reivindicações.

O Projeto inicial na primeira década da Esdime, contribuiu para a subida da autoestima coletiva, a criação de micro empresas que tiraram dezenas do desemprego, com o termos ajudado a abrir caminho para novas ADLs (Associações de Desenvolvimento Local), com as centenas de iniciativas e empresas que promoveram novas atividades, tudo, desde os tempos iniciais, me fizeram acreditar que estávamos no caminho certo, não obstante sermos confrontados com as políticas centralistas geradoras de ondas pesadas, que sempre nos obrigaram a “remar contra a maré”, o que exige perseverança, resistência e capacidade coletiva de propostas e reivindicações.

Os principais processos em que a Esdime teve papel relevante.

Na fundação em 1993 da Animar, Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Local, tendo estado no grupo que levou à sua criação e nas suas Direções nos primeiros 9 anos, duas vezes como vice-presidente e uma como presidente. A Animar foi muito relevante no agrupar e conjugar das ADLs e na conquista de posições e programas junto do Estado e Governos.

A outra em 1995, aquando da primeira crise da Esdime, provocada pelo chumbo do nosso Programa de Formação, o primeiro no Alentejo, decidido superiormente após todas as entidades do IEFP o terem proposto para aprovação. Perante a nossa Sessão de Denúncia em Beja, com a presença das principais organizações regionais, também elas vítimas de incumprimentos graves, constitui-se o Movimento “Baixo Alentejo a Uma Só Voz” com todas as organizações económicas, sociais e profissionais, que em resultado das suas ações viram muitas situações serem resolvidas.

Afastado da presidência continua empenhado em projetos de desenvolvimento Local

Em 2002 deixo a Presidência da Esdime e pouco tempo depois, por graves motivos de saúde, entro de baixa a que se segue a reforma por invalidez, deixando de ter qualquer responsabilidade nos destinos da Esdime. Contudo, enquanto Consultor, continuei ligado às questões do Desenvolvimento Local/Territorial, participando em Estudos e Projetos, de que relevo a coordenação do Plano Estratégico do Concelho de Aljustrel, via Agenda 21-Local, de que, também, resultou o lançamento das “Conferências de Aljustrel > Cidadania, Inovação & Território” em 2014, tendo-se já realizado 3 Edições, conforme poderão ver no SITE “Conferências de Aljustrel”.

Zé Carlos Albino, Messejana, 20 de setembro de 2018

 

Leia aqui a entrevista de José Carlos Albino e fique a conhecer o Poeta

A Biodanza na perspetiva de Catarina Almeida

O reencontro com a alegria, a espontaneidade, o reforço da autoestima e também o prazer de viver e de se encantar com as coisas mais simples.

Os meios de comunicação social levaram-nos a conhecer Catarina Almeida que se dedica de corpo e alma a uma paixão a Biodanza. Deixa-nos um desafio experimentar esta prática que não tem contraindicações e pode ser realizada por pessoas de todas as idades. Leia  a entrevista e deixe-se envolver numa corrente de celebração, de respeito por si e pela vida em todas as suas formas.

“…um resgate do significado da vinculação com todas as formas de vida num ritual de celebração, da alegria de viver, do prazer de viver, da espontaneidade e descoberta, presentes a cada instante, do respeito por si mesmo, a par do vínculo com os outros, e também da harmonia e ligação ao sagrado que existe em toda a vida.”

Catarina sorriso

Nós: Biodanza a “dança da vida” pode explicar um pouco melhor este conceito?

Catarina Almeida: Bom, na verdade a ideia que fez nascer a Biodanza é muito simples e resultou da observação da sociedade e das pessoas e da urgência de devolver ao ser humano um sentido de sacralidade e de respeito por si próprio e pela Vida, em todas as suas formas.

Nesse sentido, o que Rolando Toro Araneda (Chileno que desenhou a Biodanza na década de 60) nos propõe é um resgate do significado da vinculação com todas as formas de vida num ritual de celebração.

Um resgate também das funções originárias da vida: da alegria de viver, do prazer de viver, da espontaneidade e descoberta, presentes a cada instante, do respeito por si mesmo, a par do vínculo com os outros, e também da harmonia e ligação ao sagrado que existe em toda a vida.

A Biodanza devolve-nos às heranças remotas da espécie humana em que todos os factos da vida eram celebrados: os nascimentos, as colheitas, as estações… pelo encontro com a dança, o canto e a música, onde esses momentos ganhassem significado pela união dos membros de um grupo.

Nós: Qual a sua história ou como surgiu esta proposta inovadora de dança?

Catarina Almeida: Para mim a Biodanza foi um amor à primeira aula. Estava num momento de grande transformação e mudança na minha vida: por um lado estava um pouco perdida e por outro sentia em mim uma enorme coragem para fazer escolhas novas e diferentes.

E a aula que fui experimentar era sobre o Tigre, um dos 4 animais que dançamos e que, em Biodanza, representa a qualidade de foco, de ação ousada e inteligente, de assertividade e disposição para assumir as próprias escolhas.

Não queria acreditar no que vivi, dancei e me fez perder essa noite de sono. Mas não era para menos: aquela noite no verão de 2010 ainda hoje tem um imenso impacte na minha vida.

O que mais me surpreendeu e encantou nessa primeira experiência foi o ambiente alegre e genuíno, espontâneo e simples que nunca tinha encontrado igual (e ainda hoje sinto assim). Senti-me acolhida e livre para ser eu mesma. Foi um momento extraordinário que é sempre capaz de me comover.

Nós: E qual a sua importância para o corpo e mente do praticante?

Catarina Almeida: Na verdade toda a prática da Biodanza tem por objetivo a integração da Identidade humana, entendida como diálogo coerente entre o que penso, como comunico, como me sinto e como ajo. Ou seja, encontra-se a coerência e a harmonia entre corpo e mente mediados pelo coração.

Parece simples mas muitos de nós experimentamos o que em Biodanza chamamos de dissociação: sentimos uma coisa mas fazemos outra, dizemos uma coisa mas agimos noutro sentido. E para muitos, só chegar a perceber isto já é uma incrível descoberta.

A valorização excessiva das competências mentais e o ritmo de vida alucinante são os responsáveis pelas nossas doenças: o esgotamento, o burnout, os problemas de sono e por aí fora… têm a sua origem na falta de escuta do corpo, dos seus tempos e da sua inteligência própria.

Parece-me que para muitos de nós o dia-a-dia está cheio de coisas para fazer e à minha volta escuto sobre o cansaço, as rotinas e agitação constantes, as listas de coisas para fazer sempre maiores que os dias. Por outro lado, levamos um estilo de vida sedentário e muito parado.

Dançar traz alegria, liga-nos aos nossos ritmos e tem reflexos rápidos na saúde, no sono e na atenção a si mesmo, o que leva a um maior autocuidado e à descoberta de novos recursos e respostas.

Nós: Como pode a Biodanza desenvolver o lado emocional de quem pratica esta arte?

Catarina Almeida: Quando se pratica Biodanza como processo de desenvolvimento vivencial fica favorecido o acesso a potenciais e à compreensão de nós próprios que vão muito além da experiência do quotidiano, onde podem permanecer adormecidos.

Apesar das aulas terem uma forte orientação metodológica, na verdade elas são únicas e diferentes todas as semanas, o que faz de cada encontro do grupo uma experiência nova e uma surpresa.

Também por isso, dançar não é uma experiência rotineira e traz uma sensação de renovação e de bem-estar que se reflete no ânimo e boa disposição, no meu olhar perante a vida.

Como primeiras conquistas são experimentadas a redução do stress, o aprender da própria regulação entre ação e descanso e o reencontrar de uma real sensação de harmonia orgânica e de bem-estar. Daqui surge o reencontro com a alegria, a espontaneidade, o reforço da autoestima e também o prazer de viver e de se encantar com as coisas mais simples.

Não é invulgar surgirem formas de elaboração e de expressão criativa ou mesmo artística para surpresa dos próprios… Surge ainda uma nova relação consigo mesmo desde esses novos lugares que se reflete naturalmente na relação com os outros e numa ligação ao maravilhoso e sagrado da vida.

Nós: Como pode uma dança “induzir modificações existenciais”? Como pode esta técnica para além de renovar energias, estimular a criatividade e resgatar a essência do ser humano?

Catarina Almeida: Com o tempo e com uma prática regular de Biodanza aprende-se a traduzir os elementos da própria vida em movimento e acede-se à experiência coerente do próprio processo existencial: eu vivo como eu danço e eu danço como eu vivo.

É nesta ponte entre dança e vida que eu conquisto a capacidade de escolher e empreender mudanças existenciais, porque me conheço, me experimento e daí surgem decisões sobre o que é positivo para a minha vida.

O meu movimento e a minha dança informam-me sobre mim própria numa verdade que se reconhece em vivência. O conceito de vivência devolve-me ao presente do aqui e agora e neste momento o meu movimento é pleno de sentido, é a experimentação real, inteira e intensamente vivida de contacto com o profundo, subjetivo e irrepetível que é a própria Vida.

Depois desta experiência e da sua verdade intrínseca eu aprendo sobre mim e passo a reconhecer, a saber o que é bom e o que não é bom para mim naquele momento da minha vida. Está aqui a origem das escolhas que depois faço.

Nós: Pode enunciar ou descrever alguns dos benefícios que esta atividade propícia para a saúde bem-estar dos praticantes?

Catarina Almeida: Apesar de ter efeitos terapêuticos, a Biodanza não pode ser classificada enquanto terapia pois não parte de um diagnóstico externo.

Estão cientificamente comprovados vários dos seus benefícios, tanto físicos como psicológicos, e as principais melhorias reportadas dão-se a nível dos sistemas orgânicos e psicomotores: metabólico, neurovegetativo, endócrino e imunológico, assim como a nível psicológico: emocional, afetivo e relacional.

Estes são os principais benefícios que pode trazer uma prática regular de Biodanza:

  • Melhora a qualidade de vida, aumenta a saúde geral, a sensação de harmonia orgânica e bem-estar;
  • Resgata a motivação, a alegria e o prazer de viver, amplia capacidades motoras e aumenta a energia vital;
  • Fortalece a autoimagem, a autoestima e a expansão da confiança em si mesmo e facilita o reencontro com a expressão da espontaneidade e da autenticidade;
  • Estimula a comunicação e a expressão dos sentimentos de forma integrada e amplia a consciência e a perceção de si, do outro, do espaço e do tempo;
  • Cria um espaço protegido para o autoconhecimento, para identificar desafios, superar dificuldades e alterar comportamentos e o desenvolvimento integrado da identidade e dos próprios potenciais;
  • Motiva a exploração criativa, a experimentação e a capacidade de expressão pela arte e apoia a capacidade de buscar novas possibilidades, acolhe a mudança e a realização pessoal;
  • Desperta uma nova ecologia humana baseada na escuta, cuidado e amorosidade nas relações e nutre a criação de um contexto afetivo vivencial positivo e de pertença a um grupo;
  • Incentiva uma nova forma de relação com a natureza e com toda a Vida, baseada no amor.

A prática regular leva a uma reavaliação de hábitos e comportamentos quotidianos e permite alargar a perceção e encontrar novas atitudes e estilos de vida mais saudáveis.

Nós: Como é composta uma aula de biodanza? É necessário ter alguma aptidão particular para a prática desta dança?

Catarina Almeida: Para vos dizer a verdade é bem mais fácil dançar do que explicar! E é tão simples que nem sequer é preciso saber dançar: o que é convidado a aparecer é o movimento natural que responde à música e ao grupo e assim ficam fora da sala os padrões estéticos e a procura pela “resposta certa” ou “bonita”. A dança e o dançarino estão em presença e de mão dada com a totalidade da própria vida humana.

A Biodanza não tem contraindicações e pode ser praticada por pessoas de todas as idades.

Nós: “Trata-se de aprender a ‘dançar a vida’ e descobrir o ‘prazer de viver’” Pode comentar esta citação de Rolando Toro, antropólogo, psicólogo, pintor, professor, poeta chileno e o criador da Biodanza?

Catarina Almeida: Quando me perguntam “mas afinal de contas o que é a Biodanza?” pois não tenho facilidade em responder: não é um desporto, não é uma terapia, não é uma arte performativa e seguramente não é uma religião.

Mas é sem qualquer dúvida uma proposta de genial simplicidade, integrada e inovadora, que junta conhecimentos da Ciência com a abordagem singular da Arte. O foco está em viver – aqui e agora e aí se encontram os valores essenciais de cuidado pela vida.

Rolando Toro Araneda percebeu a nossa falta de conexão com o essencial em nós, enquanto indivíduos e enquanto espécie e daí a sua genial criação que tem dado a mim e a muitos outros pelo mundo inteiro o argumento que faz da nossa Vida a Arte Maior: a Arte de Viver.

Deixe-se inspirar assistindo ao vídeo de Catarina Almeida  

 

 

 “Pago em Lixo” uma ideia sedutora – Junta de Freguesia de Campolide

Uma ideia apelativa, que cativa as pessoas e fica no seu espírito, sendo suficientemente atraente para as levar a mudar o seu comportamento relativamente à separação de resíduos.

Pago em Lixo” – um projeto que consideramos sedutor como exemplo de contributo para uma sociedade mais equilibrada e sustentável abrangendo as vertentes: social, cívica e económica. Partilhamos a informação que gentilmente a Junta Freguesia de Campolide nos remeteu sobre o projeto que lidera.

Conforme nos transmitiu Joana Lopes da área de Apoio aos Pelouros do Tesoureiro da Junta de Freguesia de Campolide, o projeto surge pela grande preocupação com o meio ambiente, com o incentivo do progresso da Freguesia neste campo, o aumento dos índices cívicos no que diz respeito aos comportamentos dos cidadãos relacionados com a higiene urbana e no combate à crise do comércio local na minha Comunidade.

“uma ideia sexy e apelativa, que cativasse as pessoas e ficasse no seu espírito, sendo suficientemente atraente para as levar a mudar o seu comportamento relativamente à separação de resíduos”

 

“A população Local

O projecto “Pago em Lixo!”. Está a ser implementado em Campolide, uma Freguesia do centro de Lisboa, com cerca de 20.000 habitantes e 3km2 de área. Sociologicamente somos uma Freguesia muito diversificada, com classe alta, média e baixa e com uma variação de média de idades, consoante a zona da Freguesia, igualmente alta. Ainda assim diria que o habitante tipo de Campolide, pertence à classe média e tem 65 anos de idade.

Ações de gestão da Freguesia

As Freguesias de Lisboa têm a responsabilidade de gerir a Higiene Urbana dos seus territórios. Somos nós que varremos as ruas, limpamos sarjetas e arranjamos jardins, por exemplo. Neste campo a única coisa que não fazemos é recolher o lixo doméstico que é depositado nos caixotes do lixo, sendo essa uma responsabilidade da Câmara Municipal de Lisboa e das empresas que processam os resíduos na nossa Cidade.

Feito este enquadramento quero dizer-vos que temos uma grande preocupação com o meio ambiente e com o incentivo do progresso da nossa Freguesia neste campo. Por isso achámos que era nossa missão criar um projecto que sensibilizasse as pessoas para a importância da separação de resíduos domésticos, não deixando de dar um toque, simultaneamente, nas questões que se prendem com outros problemas que sentimos em Campolide, como a não recolha dos dejectos caninos, ou o facto de ainda se atirar muito lixo para o chão.

O projeto “Pago em Lixo” como resposta a problemas locais

Este projecto tem outra grande preocupação, para além do aumento dos índices cívicos no que diz respeito aos comportamentos dos cidadãos relacionados com a higiene urbana, é o do combate à crise do comércio local na minha Comunidade.

Em Campolide vivemos uma grande crise do comercio local, comércio de proximidade e lojas de rua, por força da enorme expansão que as grandes superfícies comerciais conheceram nas últimas duas décadas. As pessoas deixaram de comprar na sua Freguesia, para passarem a ir aos Centros Comerciais, que conseguem ter uma maior gama de oferta e, muitas vezes, a preços mais baixos.

Resumindo, duas grandes preocupações às quais queríamos dar resposta:

  • Aumentar os índices de separação de resíduos em Campolide
  • Combater a crise do comercio local incentivando a que se compre dentro de Campolide

Quisemos, então, criar um projecto que fosse uma resposta a estes problemas. Teria de ser uma ideia sexy e apelativa, que cativasse as pessoas e ficasse no seu espírito, sendo suficientemente atraente para as levar a mudar o seu comportamento relativamente à separação de resíduos. Estamos convencidos que o conseguimos.

A moeda local

O método de acção escolhido foi o de premiar financeiramente os cidadãos que separassem os seus resíduos e os entregassem nos locais certos, onde a Junta de Freguesia de Campolide está a recolhe-los. Para isso criou-se uma moeda local, o Lixo, com conversão directa unitária na moeda de circulação corrente em Portugal, o Euro, que é entregue como compensação por esse comportamento de elevado civismo. Achamos que nada seria mais eficaz e apelativo que a atribuição de um benefício financeiro directo.

A particularidade é que esta moeda, emitida pela Junta de Freguesia de Campolide, apenas pode ser gasta no comercio local aderente. Pretendendo, assim, dinamizar a economia local, gerando mais emprego e maior circulação de dinheiro dentro da comunidade, fixando e atraindo consumidores para o comércio de proximidade.

Para tal Campolide criou um Banco Central de Freguesia, que emite moeda e que tem, no seu seio, um fundo de valor exactamente igual ao da moeda emitida. Em tempos de crise como a que vivemos em Portugal, a após dialogo com os comerciantes, percebemos que este era um ponto fundamental para que se sentissem tranquilos e aderissem sem reservas.

Como funciona este projecto?

  1. Antes demais as pessoas têm de começar a separar o lixo em suas casas, distinguindo entre o lixo orgânico, que continuam a depositar nos caixotes, as embalagens, o papel, o vidro e as pilhas.
  2. Estes últimos têm de ser trazidos aos pontos de recolha da Junta de Freguesia de Campolide, que estão anunciados em pagoemlixo.pt e todas as nossas redes sociais.
  3. Uma vez trazido até nós o lixo é pesado e trocado por Lixos, a nossa moeda local, aplicando uma tabela que converte determinado peso de resíduos separados em determinado valor de Lixos, nunca podendo passar o valor de €20 por operação.
  4. Feito isto os Vizinhos trocam no comércio tradicional aderente, que desta forma capta novos clientes e tem a possibilidade de os fixar ao longo do tempo.

Desta forma promovemos a interacção entre a Junta de Freguesia de Campolide e parceiros locais, neste caso os estabelecimentos comerciais, que tiveram de aderir ao projecto, por um lado, e entre os moradores de Campolide e os estabelecimentos comerciais, onde aqueles passaram a ir gastar os Lixos que receberam.

Como resolver questões legais?

Um dos aspectos mais difíceis de trabalhar foi o da questão legal. Em Portugal, neste período, muito fruto da crise, vivemos uma época de grande rigor e dureza nos diplomas legais que regulam o sector público, bem como de zelo por parte das entidades que o fiscalizam. Isto é bom, eu saúdo, mas teve o problema de termos de pensar e fundamentar bem a parte legal do projecto.

A solução que adoptamos, e que nos parece segura à luz da legislação portuguesa, foi a de criar um regulamento próprio que define as regras do projecto, disponível a todos e que enquadra e resolve os problemas que surgem. Paralelamente criamos um Banco Central em Campolide, fictício, mas no qual temos em euros o exacto valor que emitimos em Lixos. Por fim criamos um contrato que regula toda a relação entre a Junta de Freguesia de Campolide e os comerciantes locais, para que a relação seja certa e previsível, sem surpresas, algo que foi fundamental para captarmos a participação destes importantes parceiros locais.

Os destinatários

No que diz respeito aos destinatários do projecto estamos em crer que este tem uma abrangência transversal a todas as idades, embora o foco tenha sido o do público mais jovem. Fizemos diversas acções de promoção local, tanto nas escolas, formulando testes aos quais as crianças respondiam e recebiam o prémio pela boa nota em em Lixos, como na Universidade Sénior. Também optámos por acções de rua, igualmente importantes, mas a principal divulgação foi feita pela Comunicação Social, que adorou o projecto e o divulgou imenso, fruto de várias reportagens e entrevistas.

A pegada ecológica e financeira

Nestas acções de promoção tentamos fazer a pedagogia de valorização do lixo. Em Campolide gastamos cerca de um milhão de euros por ano em Higiene Urbana, e somos apenas uma das 3.092 Freguesias em que se encontra dividido Portugal. Tendo em conta a crise que vivemos, será que não vale a pena que todos mudem o seu comportamento, para que este dinheiro que é gasto desta forma tão desnecessária, passe a ser gasto de outras formas bem mais úteis?

Também focamos a questão da pegada ecológica e financeira que está por trás de cada garrafa de vidro ou de cada folha de papel, explicando que desde a matéria prima, ao seu processamento, ao transporte, ao trabalho envolvido nisso, tudo tem reflexos para o Planeta e para as finanças do País, sendo importante, por isso, que os métodos de reciclagem e aproveitamento de resíduos sejam aperfeiçoados.

Dados importantes. Da prática do projecto percepcionamos alguns dados relevantes:

  • O primeiro foi que a taxa de conversão de Lixos em euros, é muito baixa, ao contrário do que pensávamos. Conversando com as pessoas percebemos que os comerciantes estavam a gastar os Lixos uns nos outros, comprando bem para comércio ou para si próprio, originando que pouca conversão esteja a ser feita.
  • O segundo foi que, com o tempo, este projecto, que tinha um cariz eminentemente ambiental, passou a ter uma forte componente social, uma vez que as famílias mais desfavorecidas acabavam por recorrer a este instrumento como uma forma de obterem um rendimento extra para poderem enfrentar as suas despesas do dia a dia.
  • O terceiro foi que as pessoas se focavam muito na entrega de vidro, por ser o mais fácil de recolher e, igualmente, o mais pesado. Na segunda fase do projecto, para combater esta tendência, criamos uma espécie de Bolsa de Valores, que reduziu a cotação de conversão dos resíduos mais entregues, subindo, em contrapartida, a cotação dos resíduos que recebíamos menos, em especial as pilhas e as embalagens.”

Para quem lê este artigo, independentemente do papel e responsabilidades de gestão que desempenha na sociedade, fica o nosso desafio para que se inspire nas suas ações/decisões diárias.

A imagem publicada na capa deste artigo faz parte do folheto explicativo que pode ler em: Pago em Lixo – Comerciantes 

JFCAMPOLIDE

Se eu fosse youtuber

A vida é como um jogo onde nos cabe fazer a melhor jogada e a minha foi criar o meu canal, realizar e produzir um vídeo, lançar-me e ser feliz.

À conversa com … Yout!

Olá Olá Olá Yout! If I were youtuber, supostamente seria um jovem rapaz entre os 23 e os 30 anos, uma estrela que arrasa no youtube, com seguidores sem fim (milhares ou mais), que até dói a quem não tem e dinheiro a cair a “rodos” … que inveja.

Agora nós, somos umas “velhas bonitonas”, amigas e bem-humoradas que resolveram há pouco mais de meia dúzia de meses criar um blogue o Hucilluc – Aqui e Ali, liga-nos ao que nos rodeia. Não será de todo a cara do Yout mas isso também não interessa nada, cada um toca guitarra com as unhas que tem, ao som da imaginação e da inspiração quando e como lhe vem.

Também não teremos a pedalada do Yout, nem ganhamos o que ele ganha … quer dizer, nós não ganhamos nada… ahahah… também não temos os milhares senão milhões de seguidores nem a sua visibilidade nas redes sociais. Mas curtimos as novidades e este mundo da WEB que nos alimenta e inspira a fazer coisas e a ser felizes. Somos umas “fazedoras de mudança”, queremos estar no mundo vivas, com muita vida e jovialidade, beber boa disposição e alegria Aqui e Ali, partilhar o que de bom há no mundo e os sonhos vividos nos nossos olhos, ajudar pessoas a concretizá-los e a dar voz ao nosso lema “Vamos crescer partilhando”.

E é aqui que entra o nosso youtuber utópico. Na impossibilidade de entrevistar um, e acreditem que fizemos várias tentativas, decidimos imaginar o que é ser um youtuber famoso e passar para uma entrevista ao nosso Yout, nome não real (achamos nós) e dar voz à nossa fantasia e entressonho.

Nós até podemos guardar segredo (coisa que não interessa) mas queremos aproveitar o tempo, enquanto é tempo, e lançar um desafio ao nosso Yout para responder com loucura e discernimento a umas perguntas razoavelmente ajuizadas. Coisa rara, ele vive na Net e nós apenas existimos, será que isso o incomoda ao ponto de não aceitar o nosso desafio? Hum… não nos parece, do que lemos e do que vimos é rapaz para se atrever – vamos lá criar então esta figura.

Leiam e inspirem-se nestas palavras escritas criadas pela imaginação que tudo dizem!

yout (1)

Nós: Quem é o rapaz Sem Nome que veste a pele do Yout?

Yout: Fui magro agora gordinho e anafado, era mal disposto agora bem-humorado, um pouco tímido até… ahahaha… tal e qual a canção “Ele e Ela” da Madalena Iglésias. Só que este bom rapaz vivia no sonho de encontrar… neste caso o youtube pois sua veia artística pedia mais, mais canal. Ele apareceu e logo me prendeu – era um canal feito para mim.

Nós: Como nasceu o Yout, qual a razão ou história por detrás do nome?

Yout: Adoro vídeos e o youtube aloja um pouco muito de tudo, desde filmes, a videoclipes musicais e caseiros até transmissões ao vivo se encontravam – é a loucura total. Devorava tudo quanto aparecia neste canal, p´la noite fora … só falava, via, e vivia com o canal no pensamento, sem ele não era ninguém. Tal era o entusiamo e tão preso estava em frente do monitor e embebido no youtube que comecei a comentar com o nome de Yout tudo quanto havia para aplaudir, parabenizar ou criticar. Não se fizeram esperar respostas aos meus comentários, é uma classe muito responsiva ahahah… e o Yout ficou ligado ao Sem Nome, simples assim!

Nós: Quando criaste o primeiro canal no Youtube? Como te surgiu a ideia?

Yout: Já foi há uns bons aninhos… até pareço um cota a falar… ahahah. Na verdade comecei muito cedo, como já referi era muito tímido, rebelde e nada sociável, popularidade era sinónimo de repelente e, claro que a minha acne também não ajudava nada. Por força das circunstâncias era muito caseiro, tinha de arranjar entretenimento, era um jogador nato (era o que de melhor sabia fazer), fiquei vidrado no canal e alcancei na vida o maior bem – tornei-me youtuber. Quando me aventurei a criar o meu primeiro canal foi aterrador, vi e revi vários vídeos de diversos interesses para tentar replicar um estilo, quais os recursos necessários para criar, como planear conteúdos, quase enlouqueci mas … A vida é como um jogo onde nos cabe fazer a melhor jogada e a minha foi criar o meu canal, realizar e produzir um vídeo, lançar-me e ser feliz pois, como diz Rui Veloso “A primavera da vida é bonita de viver; Tão depressa o sol brilha como a seguir está a chover”

E já que era a minha melhor jogada porque não um jogo. Mais parecia um daqueles jogos das máquinas de casino, perder e ganhar, só que sem dinheiro. Os meus primeiros vídeos eram jogos simples, sobre diversos temas, carros, camiões, lutas, corridas, disparates, partidas aos amigos, loucuras …, gostaram, comentaram, classificaram… e a ideia pegou.

Nós: Quantos vídeos realizados, tens noção? No ranking dos youtubers em que categoria te manténs?

Yout: Oh… O que lá vai, lá vai, agora estou focado no novo material que me está a dar um gozo danado … Muitos, muitos mesmo (mais de 5 mil) … isto é viciante, não há forma de parar. Quanto melhor somos mais somos solicitados. Quanto mais criamos mais queremos criar. Há que não desiludir os nossos seguidores, subscritores. Estou no Top 10 e de lá não saio há muitos anos, mantenho a terceira posição há dois anos mas a nível de faturação ninguém me bate. Vou contar-te um segredo se não contares a ninguém – os meus vídeos têm mais de 1 milhão de visualizações… entra uma boa mesada nos meus bolsos… ahahah.

Nós: Onde vais buscar imaginação para os teus vídeos? A loucura corre nas tuas veias que nem fórmula 1 e pulsa para lá do rali youtube? As ideias malucas, descabidas e invulgares (dizemos nós… ahahah) surgem-te do nada ou percebeste que o inexplicável apela à idiotice e à gargalhada dos outros como se de um íman se tratasse?

Yout: Nunca se sabe bem de onde é que vem …Quando era puto lia tudo o que era banda desenhada até aparecerem na minha vida as consolas, os videojogos e as plataformas como a playstation, a Xbox entre outras, eu grudava naquilo e não largava mais, penso que desta forma a minha imaginação foi durante anos muito trabalhada. O que é normalidade? O que é loucura? De santos e loucos todos temos um pouco – uns dizem que somente os loucos são capazes de realizar coisas que os normais consideram impossível e outros, que a “normalidade” é uma ilusão imbecil e estéril. Pela parte que me toca, estou no meio, produzo palhaçadas animadas pelo tempero da loucura. Faço o que gosto e percebi que as pessoas gostavam, tão simples assim – é só dar continuidade, ter prazer no que faço e dar prazer aos outros e as ideias surgem num clicar de dedos, às vezes, e outras nem tanto mas trabalha-se e alcança-se.

Quando “a loucura torna a vida suportável” vira íman sim, acreditem!

Nós: Como consegues distinguir o que te apetece fazer daquilo que tu fazes porque sabes que vai ter “canal”?

Yout: Sou um visionário… ahah… divirto-me a dar diversão (canal) a fazer o que me apetece, isto é que é obra. Os comentários deixados pelos subscritores são uma grande ajuda, eles interagem muito com os youtubers e isso é muito bom, chegam mesmo a deixar sugestões de vídeos que gostavam de ver e claro, muitos deles podem resultar num vídeo desafiante (acontece mesmo). De resto, tenho consciência da minha loucura e como ela é grande, já dizia Fernando Pessoa, então sou um Génio – E se eles (subscritores) não tivessem ao meu lado então não havia Yout! Se quero triunfar tenho de trabalhar, tenho de ir ao encontro do meu público, é aí que está a arte do sucesso. 

Nós: Tu ganhas tanto, tanto, tanto (diz, não digas) … que até parece fácil, és um dos maiores youtubers portugueses. Fazes o que gostas, mas dá muito trabalho, certo? Podes revelar um pouco do teu dia-a-dia de fazedor de vídeos?

Yout: Meninas “Velhas Bonitonas”, esta é a minha profissão, certo? Ganho muito sem dúvida – dá para me sustentar e ajudar a família, digo (depende do número de visualizações) … não, não digo, mas dá muito trabalho, não pensem … Hei, vocês aí, não pensem que é fácil. Chegar ao Top 10, até nem foi difícil (quer dizer, até foi mas como já lá estou, não foi), mas não sair de lá é tarefa árdua, e essa é onde eu estou agora – manter é difícil, acreditem. Mas faço o que gosto, sem dúvida.

Não tenho hora para levantar mas também não tenho para deitar. Tudo depende. Tem de se estar sempre preparado, mas um dia de trabalho (15 a 16 horas), envolve pesquisa, ideias, criatividade, agendar e encontrar soluções, preparar cenários, gravar, editar os vídeos, refazer, refazer, e finalmente quando prontos colocá-los no youtube. E depois esperar muitas visualizações, comentários … e partir para mais uma ideia, começar a esboçar e a recolher material para o próximo vídeo. É preciso alimentar o canal, para me manter no top 10, não se pode parar, o risco é grande. Mesmo quando vou de férias, tenho de deixar vídeos agendados, é tudo pensado ao pormenor, para estarmos sempre no top.

Nós: Consideras-te um humorista bem-humorado que cativas tudo e todos ou apenas és um tipo engraçado com muita graça que te queres divertir divertindo os outros?

Yout: Sou tudo isso, porque não? Sou louco não sou? Também tenho um pouco a veia do teatro. Por ser muito tímido inscrevi-me em tempos num curso de teatro, o que se tornou numa mais-valia – jogos e teatro juntos num só são uma bomba explosiva e um bom pronúncio de diversão, que é o que se quer, divertir e trazer felicidade a nós e aos outros.

Nós: Tens a capacidade de te rires de ti próprio e por isso o sucesso é teu amigo?

Yout: Lá diz o ditado “rir é o melhor remédio”, faz bem à saúde, combate o stress por conseguinte o bom humor é altamente recomendado, é um antídoto que dá saúde e faz crescer … o sucesso! É a minha terapia.

Nós: Segredaram-nos aos ouvidos que amavas BD e que até já publicaste um livro. Podes revelar um pouco essa tua paixão?

Yout: A esta já respondi lá atrás… mas sim é uma paixão. Como era tímido não saía de casa, isolava-me e envolvia-me na leitura deitado na cama no meu quarto e deixava-me ir com as histórias. Era uma pessoa diferente naquele meu espaço. Era seguro, forte, feliz, animado, com muitos amigos e muitas vivências diferentes… tinha liberdade para sonhar e me transformar. Vivia feliz e tornou-se uma paixão, até os meus vídeos refletem um pouco isso. E finalmente consegui transportar alguns conteúdos dos meus vídeos para papel e um ilustrador amigo fez o resto. Nasceu a minha primeira BD!

Nós: Esta escrita sem vídeo já vai muito longa, mas podes ou queres deixar aqui uma mensagem de – façam como eu … a loucura é nossa amiga, atrevam-se! Ahahah… não expliques tudo mas podes dar uma amostrinha, certo?

Yout: Já imaginaram ter uma televisão só para vocês onde são não só o realizador mas também o produtor e ainda por vezes a personagem principal, são vocês que comandam a ação, num simples espaço como por exemplo o vosso quarto, e que precisam apenas de uma câmara para gravar, editar e colocar no youtube? Façam como eu, comecei assim e hoje sou um dos melhores senão o melhor… ahahah! Divirtam-se a fazer loucuras, a pregar partidas (dos 8 aos 80 anos) e sejam famosos – sejam celebridades instantâneas para sempre! Carreguem no botão …

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